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& bugalhos
Leitura do Dia
Nassif:
Jornalista pode ter sido humilhada a pedido de Barbosa
O blogueiro e
jornalista Luis Nassif aventa a hipótese de que a prisão da jornalista do
Estadão tenha acontecido por pedido do próprio presidente do STF, Joaquim
Barbosa. Repórter do mesmo jornal já foi alvo de descontrole emocional do
ministro, que o ofendeu dizendo que ele “chafurdava no lixo”. Nassif explica os
indícios que o fizeram acreditar na participação de Barbosa.
Jornalista
pode ter sido detida a pedido de Joaquim Barbosa
Do Jornal GGN
– Pelo relato da correspondente do Estadão, Cláudia Trevisan – que foi detida e
algemada pela polícia, ao tentar assistir a uma palestra do presidente do STF
(Supremo Tribunal Federal) Joaquim Barbosa na Universidade de Yale – a maior
suspeita sobre o causador do episódio recai sobre o próprio Barbosa. A
correspondente entrou normalmente em Yale, circulou pelos corredores em que
circulam alunos, professores e visitantes.
Ao pedir
informações a um policial, foi detida. E as declarações do policial deixam as
pistas sobre a origem das denúncias contra a correspondente
(http://glurl.co/csC):
“Foi
o único momento em que me alterei. Disse que ele não podia fazer isso. Ele
respondeu que sim e teve seu êxtase autoritário: we know who you are, you are a
reporter (você sabe quem você é, você é uma repórter). Que crime!!!! We have
your picture, you were told several times you could not come (Nós temos sua
foto, você foi avisada várias vezes que não podia vir)”.
A
troco de quê a policia de Yale teria uma foto da correspondente? Foram avisados
por quem, se a única pessoa que sabia de sua ida à Universidade era o próprio
Joaquim Barbosa?
Mais.
Segundo o relato:
“Fui
algemada enquanto ele dizia “you know why you are being arrested, no?” (você
sabe porque está sendo presa, não?). Ao que eu dizia que não. “You were told
several times you could not come here” (Você foi avisada diversas vezes que não
poderia vir aqui). Ao que eu repetia que não”.
Ora,
pelo relato, a única pessoa que sabia da ida de Trevisan ao evento era o
próprio Joaquim Barbosa. Segundo a materia do Estadão
“Ela
também havia conversado previamente, por telefone celular, com o próprio
ministro Barbosa, a quem solicitou uma entrevista. Barbosa disse que não estava
disposto a falar com a imprensa. Claudia, então, informou o presidente do STF
que o aguardaria e o abordaria do lado de fora do prédio”
(http://glurl.co/csA).
‘Não
entrei escondido nem forcei a entrada’
Leia
a íntegra do relato da correspondente do ‘Estado’ em Washington, Cláudia
Trevisan, enviado ao embaixador Cézar Amaral, cônsul-geral do Brasil em Hartford
(EUA)
27 de setembro de 2013 | 19h 04
27 de setembro de 2013 | 19h 04
Cláudia
Trevisan – correspondente do Estado em Washington
Caro
Cézar, obrigada por sua preocupação e empenho no caso. A história começou na
manhã de esta quinta-feira, 26, quando o jornal decidiu que eu deveria tentar
falar com o ministro Joaquim Barbosa na Faculdade de Direito de Yale. Ele
participava lá de um evento chamado “Global Constitutionalism Seminar 2013″.
Liguei
para a diretora de Comunicações da Faculdade de Direito, Janet Conroy, e
perguntei se poderia ter acesso ao evento. A resposta foi que não. Segundo ela,
o evento era fechado e eu não poderia entrar no prédio. Eu disse que iria mesmo
assim e esperaria o ministro na calçada.
Cheguei
a New Haven por volta das 14h30 e fui para a Faculdade de Direito. Quando
entrei, me dirigi à segurança que estava na portaria e perguntei onde estava
sendo realizado o evento. Meu objetivo era ter certeza do local para poder
esperar o ministro do lado de fora. Ela disse que não tinha informação sobre o
seminário no website da faculdade e sugeriu que eu olhasse nas salas do
corredor principal do prédio. Não pediu minha identificação nem impediu que eu
entrasse. Pelo contrário.
Portanto,
I did not sneaked or broke in (Eu não entrei escondido nem forcei a entrada).
Eu andei pelos corredores, olhei pelos vidros dentro das salas, subi dois
andares, comprei uma água na cafeteria, sentei no pátio interno e conclui que o
seminário não estava ocorrendo naquele edifício.
Sai
de lá e fui ao Wooley Hall, uma sala de concertos da Faculdade de Direito onde
seriam realizados os eventos de hoje do seminário. As portas do lugar ficam
abertas e a entrada é livre. Muitas pessoas usam o hall como atalho entre uma
praça e a rua que fica do outro lado. Não havia ninguém para pedir informações
na entrada.
Subi
as escadas e me dirigi a um policial. Perguntei se o evento estava sendo
realizado ali. Ele não respondeu e pediu que eu o acompanhasse, o que fiz sem
protestar ou resistir. No andar de baixo, ele começou a me fazer perguntas. Eu
não disse que era jornalista, mas falei que estava em busca do ministro Joaquim
Barbosa e que pretendia esperá-lo do lado de fora. Informei meu endereço,
telefone e voluntariamente entreguei meu passaporte quando ele pediu uma
identificação. Quando estávamos já do lado de fora do prédio, pedi meu
passaporte de volta e ele se recusou a entregá-lo.
Foi
o único momento em que me alterei. Disse que ele não podia fazer isso. Ele
respondeu que sim e teve seu êxtase autoritário: we know who you are, you are a
reporter (você sabe quem você é, você é uma repórter). Que crime!!!! We have
your picture, you were told several times you could not come (Nós temos sua
foto, você foi avisada várias vezes que não podia vir). Ao que respondi que
sim, era uma repórter, mas não havia sido alertada several times (muitas vezes)
de que não poderia estar ali. Ao que ele respondeu que eu seria presa por
“criminal trespassing” (invasão criminosa).
Duas
policiais chegaram e ficaram me vigiando. Nesse momento, consegui ligar para o
Benoni na Embaixada de Washington e avisar que seria presa. Logo depois, o
mesmo policial, DeJesus, voltou, ordenou que eu ficasse em pé de costas para
ele e colocasse minhas mãos para trás. Fui algemada enquanto ele dizia “you know why you are
being arrested, no?” (você sabe porque está sendo presa, não?). Ao que
eu dizia que não. “You were told several times you could not come here” (Você
foi avisada diversas vezes que não poderia vir aqui). Ao que eu repetia que
não.
Isso
ocorreu por volta das 16h15. Em nenhum momento me disseram o “Miranda Rights”
(leitura obrigatória dos direitos). Fui colocada em um carro de polícia e
esperei por cerca de uma hora. Nesse período, apareceu uma pessoa ligada ao
dean (“diretor”) da Faculdade de Direito, que falou com o policial rapidamente.
Ele me viu no carro, mas não se interessou por saber minha versão dos fatos
(quando estudei Direito, aprendemos a desconfiar de relatos policiais e a valorizar
o contraditório).
Por
volta das 17h15 fui transferida para um camburão e levada ao distrito policial.
Pedi para dar um telefonema, mas não permitiram. Disseram que eu teria que ser
“processed first”, o popular fichada. Fui revistada por uma policial e colocada
em uma cela, dessas que vemos em filmes americanos. Havia um vaso sanitário e
um policial fornecia papel higiênico pela grade. Não havia nenhum privacidade e
tinha que “ir ao banheiro” com policiais passando pelo corredor. Fiquei cerca
de 3h30 na cela. No total, permaneci quase cinco horas incomunicável. Só pude
dar meu primeiro telefone às 21h20, pouco antes de ser solta.
A
grande questão é por que fui presa se obedeci ao policial, não ofereci
resistência e pretendia sair do prédio. Ao que eu saiba, ser jornalista não é
crime tipificado pela legislação americana. Por: Miguel do Rosário
VOU BATER O MARTELO...
PONTO FINAL. (REDAÇÃO: O BOLSO DO
ALFAIATE)
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