alhos
& bugalhos
O SUICÍDIO POLÍTICO DOS QUE APOSTARAM CONTRA A
COPA
Ironicamente,
dois extremos do espectro político se uniram, tacitamente, contra a realização
do maior evento esportivo do planeta
Teve Copa e
teve final da Copa, apesar dos grupos políticos (de esquerda e direita) que
tentaram sabotar o evento e que, por resolverem simplesmente tratar a opinião
pública como idiota, protagonizaram um dos maiores fiascos políticos da
história recente. Um fiasco cujo preço será pago por eles nas próximas
eleições.
Ironicamente,
dois extremos do espectro político se uniram, tacitamente, contra a realização
do maior evento esportivo do planeta. Direita e ultraesquerda, cada uma a seu
modo, tentaram sabotar aquele evento e se deram muito, muito, mas muito mal
mesmo, como se verá adiante.
De um lado,
grandes grupos empresariais de mídia e partidos de direita (PSDB, DEM e PPS)
tentaram faturar politicamente a Copa apostando em problemas de organização do
evento que bastava um mínimo de reflexão para perceber que não ocorreriam.
Ao longo dos
últimos anos, uma literal avalanche de reportagens e textos opinativos da
grande mídia – todos apoiados em manchetes espalhafatosas ao extremo –
inventaram que os preparativos para o evento redundariam em fiasco anunciado.
Para tanto, apoiaram-se em problemas comuns em qualquer programa de obras
públicas no Brasil, seja ele levado a cabo por que partido for.
De fato,
burocracia e problemas sociais do Brasil garantem "matéria-prima" a
qualquer um que queira acusar governantes de não estarem sabendo levar a cabo
esses programas de obras públicas. São problemas de licenças ambientais, de
contestações na Justiça e de pessoas em situação de fragilidade social.
Desde que
começou a ladainha oposicionista-midiática sobre "caos" durante a
Copa era mais do que visível que havia um exagero quase infantil, oriundo da
premissa estúpida de que o país é governado por completos incompetentes,
incapazes de somar dois mais dois.
Ora, alguém
acredita que sob aquela saraivada de vaticínios sobre o fracasso da organização
da Copa o governo não cercaria por todos os lados as chances de algo dar
errado? Subestimaram gravemente o poder do Estado para realizar um evento que,
por grande que possa ser, em um país com 200 milhões de habitantes não assusta
ninguém.
O governo
estima que cerca de 1 milhão de pessoas vieram ao Brasil assistir à Copa. Em um
país acostumado a lidar com contingentes populacionais infinitamente maiores,
receber essa quantidade de gente não geraria o grau de dificuldade que
pintaram.
O que vai
nas linhas acima foi previsto incontáveis vezes neste Blog. A diferença, agora,
é que aquela previsão não pode mais ser contestada porque a Copa transcorreu
muito bem. Aliás, segundo vários analistas estrangeiros, melhor até do que em
eventos similares no "Primeiro Mundo".
Leia reportagem no portal G1 Especialista
diz que Copa no Brasil é mais bem organizada que Jogos de Londres
A mídia, os partidos e a militância de direita, porém, continuam
batendo na tecla de que algumas "obras da Copa" não ficaram prontas.
A Folha de São Paulo, por exemplo, publicou nesta terça-feira (15) matéria
sobre "Herança
de 23 obras por fazer", como que tentando salvar seus vaticínios
derrotistas.
Nem diante
do fato inegável de que obras inseridas inicialmente no cronograma preparativo
da Copa – e que, depois, foram excluídas desse cronograma – não fizeram falta,
os pretensos sabotadores do evento sentiram-se intimidados em dizer bobagens e
tomaram o cuidado de calarem as bocas.
Agora, como
se estivessem vencendo esse jogo (político-partidário) de goleada, os grupos
políticos de direita e ultraesquerda que tentaram sabotar a Copa tentam vender
a teoria de que o evento não deixará legado, ou que deixará um legado negativo.
Por outro
lado, não há como a mesma mídia oposicionista esconder a enxurrada de
avaliações positivas sobre a organização da Copa e sobre os benefícios que
realizar o evento no Brasil deixará ao país. Assim, aqui e ali já são vistas
análises abalizadas sobre o legado do evento.
Leia aqui reportagem do Uol Pós-Copa
traz oportunidades econômicas e de avanço político para o Brasil
Na última
segunda-feira, o instituto Datafolha registrou pesquisa eleitoral no TSE em
busca de "boas notícias" sobre a derrota fragorosa da Seleção. Quais
sejam, de que os brasileiros tenham misturado política e futebol e estejam
culpando Dilma Rousseff.
A pesquisa
também questiona se o entrevistado aprovou a organização da Copa. Pela lógica,
respostas positivas deveriam ser esmagadoramente majoritárias. E também integra
a mais pura lógica a constatação de que o "caos" previsto era apenas
torcida política e que isso influencie outros quesitos da pesquisa, inclusive
as intenções de voto de Dilma.
Claro que
estamos falando de lógica e essa nem sempre prevalece entre as massas...
Sobre a
tentativa de sabotagem da direita, era isso. Agora vejamos a sabotagem pela
esquerda, que já se sabe que foi outro desastre político para os seus autores –
como sempre, setores da esquerda que ajudam a direita e não lucram nada; pelo
contrário, perdem.
Os grupos
políticos pretensamente espertos que cooptaram movimentos sociais legítimos e
os usaram como massa de manobra valendo-se de mentiras como a de que foi tirado
dinheiro público da saúde e da educação para realizar a Copa, deverão ser
triturados nas próximas eleições.
Tendo o PSOL
à frente, esses grupos provocaram ojeriza na sociedade por tratá-la como
idiota.
Os protestos
que esses partidos de ultraesquerda organizaram exageraram na estupidez.
Tentaram vender à sociedade que a violência que invariavelmente se fazia
presente a cada protesto contra a Copa foi obra de ninguém. Mas quem não sabe
que protesto contra a Copa se tornou sinônimo de vandalismo de black blocs ou
do que quiserem chamar os energúmenos que chegaram a assassinar um cinegrafista
de tevê "por acidente"?
Vemos agora
o caso dos ativistas cariocas presos na véspera da Final da Copa. Em que pese
ser perturbadora a suspeita de que foram presos "sem motivo" e em
"antecipação ao que fariam", o histórico dessas pessoas e as
alegações da polícia são tratados como nada, como se tudo fosse vento.
É óbvio que,
em se tratando da polícia brasileira, não é de todo incrível a acusação de que
ela pode ter plantado provas contra esses ativistas. Mas se eles não tinham
nada que ver com os planos que circularam fartamente nas redes sociais de melar
a Final da Copa provocando uma guerra campal com torcedores argentinos, para
que prendê-los? Por antipatia?
A polícia do
Rio apresentou artefatos supostamente encontrados com as mais de duas dezenas
de pessoas que prendeu, como a ativista Elisa Quadros, a "Sininho",
ligada ao PSOL do Rio de Janeiro. E prometeu concluir o inquérito e apresentar
as provas em cerca de 10 dias.
Das duas,
uma: ou a polícia montou uma farsa digna das piores ditaduras ou esses grupos
que defendem essa tese sobre "provas plantadas" enlouqueceram por
fazerem tal afirmação de forma tão peremptória.
Tenho lido
postagens em sites que defenderam os protestos contra a Copa afirmando, sem
hesitar, que foi tudo inventado. A polícia teria ido buscar Sininho lá no Rio
Grande do Sul – ela, que vive no Rio – por pura picuinha ou para usá-la como
bode expiatório ou por sabe-se lá que outra razão.
Abaixo,
imagem dos artefatos e do relatório apresentados pela polícia.
Também
afirma que com um casal preso foi encontrada uma bomba caseira com potencial letal.
Segundo a polícia carioca, o artefato tinha "140 gramas de pólvora" e
explica que "para se ter uma ideia, o rojão que matou o cinegrafista
Santiago Andrade, em fevereiro deste ano, continha 60 gramas".
Fica difícil
acreditar piamente em qualquer das versões. Há que esperar esses dez dias
prometidos pela polícia para apresentar, também, transcrição oficial de escutas
telefônicas, entre as demais provas.
O delegado
Alessandro Thiers, chefe da Delegacia de Repressão a Crimes de Informática,
responsável pelo caso, rejeita as acusações de que foram "prisões
arbitrárias". Segundo ele, "É leviano tratar a investigação como se
fosse política sem conhecê-la".
O delegado
também afirma que "Não tem nenhuma banalidade sendo investigada", e
pergunta: "O que um manifestante pacífico faria com coquetel molotov e
bomba caseira?". Conclui informando que "Os advogados dos presos
tiveram amplo acesso aos documentos da investigação".
Não se pode
endossar essa versão, mas daí a trata-la como clara farsa vai uma distância
imensa.
Pergunta: e
se daqui a alguns dias a polícia apresentar, por exemplo, escutas telefônicas
que comprovem que as pessoas presas planejavam provocar uma tragédia, muito
provavelmente com mortes, como é que fica?
Os ativistas
mais radicais desses movimentos contra a Copa e de outros movimentos
assemelhados que convocam protestos nos quais os black blocs têm presença
obrigatória dizem abertamente que "Sem violência não adianta protestar,
pois protestos pacíficos não incomodam". Qualquer um que já visitou uma
dessas páginas na internet que defendem protestos violentos, sabe disso.
As pessoas,
com efeito, podem acreditar no que quiserem. Mas colocar em prática crenças
dessa natureza é crime, sim.
Independentemente
de qualquer coisa, há que exigir com grande, enorme, imensa veemência que a
polícia prove e comprove as razões que a levaram a efetuar essas prisões. Ao
longo das próximas semanas, essas provas têm que aparecer e têm que ser, no
mínimo, suficientes para justificar grave suspeita, suficiente para prender
pessoas de vida ilibada como a professorinha da UERJ.
A pior
conduta que se pode adotar em uma situação como essa, porém, é a que está sendo
vista por parte dos que defenderam e continuam defendendo os movimentos Não Vai
Ter Copa. Aceitar que vidas sejam colocadas em risco porque um grupo não aceita
a "democracia representativa", chega a ser surreal.
Ao ignorar a
revolta da sociedade com a violência de movimentos como esses de que participam
"Sininho" e companhia limitada, esses grupos de esquerda cometeram
literal suicídio político. Pior que o da direita que garantiu, com base nos
próprios desejos, que a organização da Copa seria um fiasco.
POR
HOJE É SÓ... PONTO FINAL (REDAÇÃO: O BOLSO DO ALFAIATE)
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