alhos
& bugalhos
NÃO PENSO, LOGO
RELINCHO
O burro do
filme Shrek é um falastrão.
Por Matheus
Pichonelli - Dizem que uma
mentira repetida à exaustão se transforma em verdade. Pura mentira. Uma mentira
repetida à exaustão é só uma mentira, que descamba para o clichê, que descamba
para o discurso. E o discurso, quando mal calibrado, é o terreno para legitimar
ofensas, preconceitos, perseguições e exclusões ao longo da História. Nem
sempre é resultado da má fé. Por estranho que pareça, é na maioria das vezes
fruto da indigência mental – uma indigência mental que assola as escolas, a
imprensa, as tribunas, as mesas de bares, as redes sociais. Com os anos, a
liberdade dos leitores para se manifestar sobre qualquer assunto e o exercício
de moderação de comentários nos levam a reconhecer um clichê pelo cheiro.
Listamos alguns deles abaixo com um apelo humanitário: ao replicar, você não
está sendo original; está apenas repetindo uma fórmula pronta sem precisar
pensar sobre tema algum. E um clichê repetido à exaustão, vale lembrar, não é
debate. É apenas relincho*.
“Negros têm preconceitos contra
eles mesmos”
Tentativa clássica
de terceirizar o próprio racismo, é a frase mais falada das redes sociais
durante o Dia da Consciência Negra. É propagada justamente por quem mais
precisa colocar a mão na consciência em datas como esta: pessoas que nunca
tomaram enquadro na rua nem foram preteridas em entrevistas de emprego sem
motivos aparentes. O discurso é recorrente na boca de quem jamais se questionou
por que a maioria da população brasileira não circula em ambientes frequentados
pela elite financeira e intelectual do País, como universidades, centros
culturais, restaurantes, shows e centros de compra. Tem a sua variação
homofóbica aplicada durante a Parada Gay. O sujeito tende a imaginar que Dia
Branco e Dia Hétero são equivalentes porque ignora os processos históricos de
dominação e exclusão de seu próprio país.
“Não precisamos de consciência
preta, parda ou branca. Precisamos de consciência humana”
Eis uma verdade
fatiada que deixa algumas perguntas no contrapé: o manifestante a exigir
direitos iguais não é gente? O que mais se busca, nessas datas, se não a
consciência humana? Ou ela seria necessária, com ou sem feriado, caso a cor da
pele (ou o gênero ou a sexualidade) não fosse, ainda hoje, fatores de exclusão
e agressão?
“FOGO AMIGO”: ROSEMBERG CRITICA DIRETOR DA AGERBA
Rosemberg Pinto.
O deputado estadual Rosemberg Pinto (PT)
criticou o diretor da Agência Estadual de Regulação de Serviços Públicos de
Energia, Transportes e Comunicações da Bahia – AGERBA, Eduardo Pessoa.
De acordo com Rosemberg, os fiscais da Agerba
agem de forma “inconcebível” quando aplicam multas em motoristas apenas por
conduzirem amigos, em caronas intermunicipais. Os agentes desconsideram que as
pessoas podem dar carona às outras. Por isso, se o dono de um carro é
“flagrado” com passageiros no meio de uma viagem, corre o risco de ser multado
em R$2.800,00.
Segundo o deputado, essa multa tem sido
aplicada com frequência no interior da Bahia. Os fiscais aplicam a punição por
“transporte de ganho”, como se o motorista “flagrado” com passageiros que não
forem seus parentes, necessariamente, cobrassem pela carona.
Ainda de acordo com Rosemberg, o diretor da
AGERBA ignora as reclamações de outros deputados e até do vice-governador da
Bahia (Otto Alencar) sobre o assunto.
MARINA REJEITA TESE DE QUE PETISTAS SÃO “PRESOS POLÍTICOS”
Do Estadão - A ex-ministra Marina Silva (PSB-AC) rejeitou
ontem a tese de que os ex-dirigentes do PT que começaram a cumprir suas penas
no processo do mensalão são “presos políticos”.
“Houve um
julgamento de acordo com a democracia brasileira, dentro das instituições
brasileiras e os juizes não foram indicados por nenhum partido político inimigo
das pessoas julgadas.
Não tenho nenhuma
alegria e nenhum prazer em nada que está acontecendo, muito pelo contrário”,
afirmou Marina, que foi militante do PT, após visitar o arcebispo do Rio, D
Orani Tempesta. “Não caberá a nenhum de nós fazer uso político em relação a
isso. Quero que aconteça justiça e justiça para mim não é vingança. É um ato de
reparação e vale para todos.”
Ao ser questionada
sobre a situação do deputado licenciado José Genoino (PT-SP), Marina disse que,
“se a vida dele está em risco”, devem ser dados “todos os cuidados” que sua
saúde demanda, mas que isso deveria valer para “todas as pessoas que se
encontram presas”. Genoino ficou três dias internado em um hospital depois de
passar mal na penitenciária da Papuda, em Brasília. Teve alta no domingo e foi
levado para a casa de uma filha, em Brasília.
À espera da ordem
de prisão por ter sido condenado no processo do mensalão, 0 ex-deputa-do.
Roberto Jefferson (PTB-RJ) defendeu ontem o direito à aposentadoria por
invalidez de Genoino. “Ele precisa sobreviver”, afirmou.
Aprovado voto aberto em cassações e vetos
Após mais de três horas de
debates e manobras regimentais, o Senado decidiu, na noite de ontem, que os
parlamentares terão de revelar seu voto na análise de cassações de mandato e de
vetos presidenciais no Congresso. Seguirão secretas a escolha dos presidentes
da Câmara e do Senado e as votações de autoridades indicadas pelo Executivo.O
texto consensual aprovado poderá seguir para promulgação no Congresso. A emenda
constitucional deverá atingir os condenados no mensalão que, futuramente, serão
alvo de processos de perda de mandato: os deputados José Genoino (PT-SP), João
Paulo Cunha (PT-SP), Valdemar Costa Neto (PR-SP) e Pedro Henry (PP-MT). O
presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), avisou que não
colocaria os processos em votação se houvesse a proteção do sigilo.Os senadores
decidiram, porém, manter secreta a análise de autoridades indicadas pelo
Executivo. Também gerou controvérsia a extensão do voto aberto para as sessões
das Assembleias Legislativas e das Câmaras de Vereadores. No caso das duas
situações, o Senado analisará se essa parte do texto, sem consenso, voltará à
apreciação da Câmara ou será arquivada.
Hospital Salgado Filho em estado terminal
O Conselho Regional de Medicina
(Cremerj) quer, entre outras medidas, que o Hospital Municipal Salgado Filho,
no Méier, feche as portas da Emergência e não receba mais doentes até que
problemas como excesso de pacientes e falta de médicos na instituição sejam
sanados. A polêmica proposta é uma da várias sugestões que o conselho vai
apresentar ao secretário municipal de Saúde, Hans Dohmann, depois que membros
do corpo clínico da unidade e representantes da entidade diagnosticaram a
“situação caótica em que que se encontra o hospital”.“É preciso contratar
imediatamente médicos para todas as especialidades, criar leitos para reduzir a
superlotação, melhorar os salários e promover concurso público com remuneração
digna. Denunciamos tudo isso ao Ministério Público, à Delegacia do Consumidor e
a outros órgãos. Os médicos não podem ser responsabilizados por esse descaso, e
a população merece atendimento de qualidade”, afirmou o presidente do Cremerj,
Sidnei Ferreira.
POR HOJE É SÓ...
(REDAÇÃO: O BOLSO DO
ALFAIATE)
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