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terça-feira, 8 de março de 2016

MP pede nova investigação do caso Leal

MP pede nova investigação do caso Leal

- o jornalista Manoel Leal (foto), barbaramente assassinado em 14 de janeiro de 1998 em Itabuna. O pedido foi feito à Justiça pela promotora Cleide Ramos. O crime teve repercussão internacional e foi acompanhado pela ONG Repórteres Sem Fronteiras e pelo Comitê de Proteção aos Jornalistas. manoel leal
      Ambos cobraram providências das autoridades brasileiras. Leal era diretor do jornal A Região, que à época fazia denúncias documentadas contra o então prefeito Fernando Gomes e o então delegado Gilson Prata (um dos homens fortes da Secretaria de Segurança Pública no período).
      Ele foi o décimo jornalista da Bahia assassinado na década de 1990. Embora sua morte tivesse todas as características de mando, o delegado inicialmente designado para apurar o assassinato, Jaques Valois, indiciou apenas Marcone Sarmento, Monzar Castro Brasil e Thomaz Iracy Guedes.
      Eles foram a júri popular e apenas Monzar foi condenado. Desde o início das apurações, foram apontadas falhas na condução do processo para, possivelmente de forma deliberada, evitar que se chegasse aos mandantes.
      Entre as falhas apontadas pela promotora Cleide Ramos estão a falta de perícia e isolamento do local do crime, a ausência de depoimentos de testemunhas-chave e a omissão do promotor Ulisses Campos Araújo em relação as falhas de Valois.
     
      Morte misteriosa
      O pedido do MP cita a omissão de Valois em tomar o depoimento do taxista Leopoldino Nobre, que contou ao policial civil Figueiredo que, no dia do crime, levou Marcone Sarmento do aeroporto de Ilhéus até a residência de Maria Alice Araújo. Popó foi assassinado logo depois, misteriosamente.
      O inquérito, repleto de falhas, foi arquivado pelo juiz Marcos Bandeira, mas posteriormente reaberto pela juíza Cíntia Portela. Durante todo o processo os delegados Valois e Gilberto Mouzinho foram alertados sobre evidências que levariam aos mandantes, mas as ignoraram.
      Em 2010, quando o caso já caíra no esquecimento e os mandantes continuavam impunes, a Comissão Interamericana de Direitos Humanos enviou documento à Secretaria Estadual de Justiça cobrando a reabertura do processo para identificar os autores intelectuais.
      Em 2013, a Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP) também solicitou a reabertura do caso. Diante das falhas e omissões, Cleide Ramos pede “que o Governo do Estado cumpra a CIDH com a imediata reabertura das investigações do caso Manoel Leal, visando a apuração da autoria intelectual”. - http://www2.uol.com.br/aregiao/g1.htm