É isso aí

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domingo, 1 de junho de 2014

alhos & bugalhos

Do

CIA DA NOTÍCIA 


ÓRFÃOS, MAIS UMA VEZ!

 
Walmir Rosário*
O anúncio da aposentadoria do atual presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Joaquim Barbosa, pega os brasileiros de surpresa e nos deixa com o sentimento de orfandade. Nunca no país a justiça foi levada tão a sério e despertou a atenção da maioria da população.
Com o julgamento do processo conhecido como o Mensalão, que levou à cadeia figurões do alto escalão da República, o STF, um tribunal constitucional, ficou conhecido do povo. Em qualquer esquina do país os nomes dos ministros do STF estavam na ponta da língua da população.
Esse repentino interesse do povo pela mais alta Corte brasileira tinha nome e sobrenome: Joaquim Barbosa. E essa figura se tornou notória por incorporar a vontade de cada um de nós em fazer com que prevalecesse a Justiça com J maiúsculo, a que decide conforme a lei, sem a interferência das famosas carteiradas do tipo “sabe com quem está falando?”.
A cada sessão de julgamento, apostas eram feitas sobre cada voto dos ministros, se contra a favor dos acusados. Nunca na história deste país nomes estrangeiros de alguns ministros eram pronunciados de pronto nas discussões em mesa de bar e até as máscaras de carnaval mais vendidas eram a do ministro Joaquim Barbosa.
Com a saída de Joaquim Barbosa do STF ficaremos na dúvida se aquela corte aprendeu os ensinamentos deixados por ele de que os julgamentos não devem ser políticos e sim jurídicos. Era assim que ele agia honrado sua toga.
Afinal, como dizia o grande sábio nosso conterrâneo Ruy Barbosa “A injustiça desanima o trabalho, a honestidade, o bem; semeia no coração das gerações que vem nascendo a semente da podridão, habitua os homens a não acreditar senão na estrela, na fortuna, no acaso, na loteria da sorte, promove a desonestidade, promove a venalidade”.
E concluiu esse discurso afirmando: “De tanto ver triunfar as nulidades, de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça, de tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar da virtude, a rir-se da honra, a ter vergonha de ser honesto”
Daqui pra frente, com certeza, nossos juízes pensarão duas vezes a proferir uma sentença utilizando não apenas a lei, mas as filigranas contidas para a concessão de privilégios aos poderosos. Especulam que Joaquim Barbosa se despede do Judiciário para ingressar na carreira política, o que seria muito bom para a moralização da política brasileira.
*Torcendo para que todos tenham aprendido a lição

SINDICATO RURAL DE CANAVIEIRAS MOBILIZA CACAUICULTORES


 O prefeito Almir Melo ressaltou que é preciso mudar programa e mais união

O prefeito Almir Melo ressaltou que é preciso mudar programa e mais união dos cacauicultores
O Sindicato Rural de Canavieiras promoveu, na noite de sexta-feira (30), no auditório da Secretaria Municipal da Educação, uma reunião com associados para analisar as atuais conjecturas do “negócio cacau” e a insegurança jurídicas das propriedades. Segundo o presidente do Sindicato rural de Canavieiras, Gilson Liberato, é necessário para a sobrevivência da cacauicultura que seja feita uma grande manifestação na defesa dos interesses dos cacauicultores.
Presente à reunião, o prefeito de Canavieiras, Almir Melo, declinou seu apoio à atividade, ressaltando que Canavieiras é o “berço” da cacauicultura. Ele comentou que recentemente, quando se encontrou por alguns minutos com a presidente da República, Dilma Rousseff, solicitou que ela dê uma atenção especial à atividade, que passa por problemas desde que sofreu o ataque do fungo causador da vassoura-de-bruxa.
Almir disse, ainda, que a simples prorrogação das dívidas contraídas pelos produtores junto aos agentes financeiros e ao Tesouro Nacional não é capaz de solucionar as pendências. Para o prefeito, é preciso que seja elaborado um amplo programa de readequação das dívidas, que permita aos produtores a contratação de novos recursos.
Quem também concordou com o prefeito Almir Melo foi o presidente do Sindicato Rural de Ilhéus, Milton Andrade Júnior, afirmando que atualmente existe tecnologia confiável para a lavoura cacaueira, porém o produtor está impedido de realizar novos investimentos por falta de capacidade de endividamento. “O mais grave disso é que as dívidas dos cacauicultores são decorrentes das orientações sobre a prática de manejo erradas e que prejudicou terrivelmente o setor”, disse Milton Andrade.

SERÁ QUE NOSSO FUTURO ESTÁ NA LAMA?


Walmir Rosário* - A designer sul-coreana Jeongwon Ji deslumbra o mundo ao apresentar uma invenção inusitada: transformar caranguejos chineses em plásticos. Acredito piamente nas novas tecnologias, mas, aqui pra nós, tenho minhas dúvidas sobre a eficácia dessa transformação. Não entendo nada de química, e poucas são as informações que disponho para travar um debate sobre essa estranha invenção.
Mesmo assim, fosse o contrário, minhas dúvidas por certo seriam infundadas, haja vista parecer mais eficaz que transformemos produtos inorgânicos em orgânicos. Não é de agora que nos chegam aos ouvidos notícias alarmantes sobre a destruição do meio ambiente.
Essa invenção dá a entender que este é um caminho aberto para alargar essa possibilidade. Imagino eu, a corrida aos mangues para a captura desenfreada dos nossos caranguejos-uçás, guaiamuns, aratus e outros crustáceos nem tão abundantes em nossos manguezais.
Pelos meus cálculos, nossos novos catadores promoveriam o extermínio desses crustáceos num piscar de olhos, antes mesmo qualquer reação do Ibama, Instituto Chico Mendes ou qualquer outra organização não-governamental recém-criada com a finalidade de coibir a caça desenfreada aos nossos saborosos artrópodes.
De logo, vou colocando minhas barbas de molho com receio das medidas governamentais que poderão ser tomadas para a criação da Caranguejobras, aparelhada por companheiros e coligados. Devido a importância do empreendimento, por certo também serão acomodadas algumas centenas de ambientalistas, de preferência caranguejólogos, dada a especialidade.
Daqui de Canavieiras, onde mantenho minha sossegada trincheira, antevejo um futuro incerto para os manguezais lavados pelos rios Pardo, Salsa, Cipó e Patipe, que formam esse imenso delta, berçário dessa colossal fauna marinha.
Para minha tristeza, serei testemunha ocular do sumiço da gostosa “cabeça de robalo”, uma das iguarias mais famosas da gastronomia canavieirense. Se fosse só por isso me contentaria, mas ainda não somos conhecedores dos terríveis efeitos causados pelas devastações provocadas com a captura desenfreada de tão gostoso crustáceo.
Brincadeiras à parte, como Deus ainda não me concedeu o dom de prever o futuro, não vislumbro qualquer possibilidade de vantagem nessa invenção, com todo o respeito que devemos aos orientais.
De minha parte, guardo reservas até que minhas conjecturas se confirmem infundadas.
*Com receio de ser importunado pelo progresso desenfreado.

POR HOJE É SÓ...
PONTO FINAL (REDAÇÃO: O BOLSO DO ALFAIATE)


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